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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A Verdadeira Função de Quem Vende Turismo.

Muitas pessoas me perguntam se possuo a intenção de montar uma agência de viagens, principalmente aqueles que acompanham a criação dos meus roteiros, e os que viajam comigo.

No primeiro momento imagino exatamente as agências que existem no mercado, a forma como elas trabalham e essa hipótese fica muito distante.


Para mim as agências de viagem, sejam as tradicionais, pequenas, as grandes redes e as espalhadas na internet estão trabalhando de forma equivocada. O vender turismo foi vencido pelo comercial e pela grande oferta de mercado e concorrência. Pacotes são vendidos como blocos uniformizados, roteiros são passados como um texto com palavras difíceis previamente impressas e locais desconhecidos. Dificilmente um agente conversa com o cliente sobre interesses particulares, opções e conformidades. Algumas empresas ainda mascaram esse pacotes determinados com passeios extras, pagos , que poderiam muito bem estar inclusos dentro de um pacote específico e bem elaborado.

Nesse momento as agências on-line saem na frente, pois o cliente possui opções de preenchimentos sobre locais, dias percorridos, opções de hotéis... Parece até irreal, pois seria muito mais fácil um agente pessoalmente ouvir e customizar seus dias de viagem.



Tive a experiência de viajar com essas grandes agências para Disney na infância e posso afirmar com total segurança que poucas crianças e jovens conhecem ou vivenciam a língua, costumes e os locais visitados nesse tipo de excursão. Ao visitar o mesmo local 6 anos depois com um grupo menor e feito sob medida comprovei que minha viagem tinha sido um oba oba de jovens, guiados por pessoas mal preparadas e até pouco interessadas (esse foi o MEU caso).

O lucrar passou a ser o principal guia das negociações. Não sou inocente em imaginar que em um mundo capitalista as pessoas iriam vender um serviço gratuito ou trabalhar de forma altruísta., mas oferecer um serviço de qualidade gera clientes satisfeitos, e uma empresa confiar apenas na linda montanha ou praia do destino e uma sacola de viagem como satisfação é muita inocência, para não dizer displicência.

Para mim é função da empresa ouvir a expectativa do cliente, saber o período disponível de viagem, informar opções que se enquadram no pedido, e principalmente encantar o futuro viajante com fotos, vídeos e informações, para que a viagem se materialize ainda dentro da agência. 



Há poucos dias apresentei um roteiro de viagem personalizado em um vídeo de 14 minutos com tomadas dos locais, dos transportes, com músicas , fotos e vi os olhos dos futuros passageiros mudarem para um novo patamar. Acredito que ao mostrar ao cliente com antecedência marcos e paisagens famosas, ao encontrar aquele distante local em sua frente as cores se tornam mais vibrantes, e a realidade torna-se mágica.


Outra consideração são os roteiros impressos, com textos secos, sem fotos e sem comentários. Meus guias parecem livros. Explicam sobre a cidade visitada, disponibiliza as opções a visitar e conhecer com informações e endereços prontos para qualquer GPS te conduzir sem erros e sem desvios.

Essa é a minha visão e decepção com a estrutura das agências. A minha impressão é de que minha importância está diretamente ligada ao meu pagamento, onde o pós venda e a satisfação do turista é delegada ao encanto do local, e o cumprimento das metas, sejam elas realizadas de qualquer forma. O cuidado na programação e a sedução do cliente para o destino escolhido são fatores de extrema importância no sucesso  de uma viagem. Afinal a falta de informação e preparo pode transformar qualquer paraíso num verdadeiro calvário.



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